quinta-feira, 20 de março de 2014

Alguém que não desistiria...

Só hoje, depois de toda uma vida regada a desistências, resolvi assumir: eu sempre gostei do impossível, porque isso justificava a minha covardia. Sim, sou uma covarde. Uma covarde do amor. Eu, simplesmente, tenho medo disso. Disso de me apaixonar.
Desde muito cedo, entendi que o amor não era pra mim. Percebi que sim, ele existia. Ele era lindo, até demais para o meu gosto. Mas também era muita areia para o meu coraçãozinho. Por isso, acabava sempre indo embora.
A verdade é que eu nunca fui capaz de me entregar verdadeiramente, por medo. Medo não, pavor. Pânico. Eu, durante todas as histórias que entraram na minha, nunca tive coragem de ficar. Sempre me envolvi até um determinado ponto. O ponto que era hermeticamente seguro para não amar de volta.
É, quando o coração acelerava, quando as mãos suavam, eu corria. Mas corria como quem tem gana de ganhar uma maratona. Como uma sedento por água no deserto, corre em busca de uma miragem. Eu, simplesmente, nunca me sentia segura para gostar de volta.
O medo de confiar e quebrar a cara, é só uma característica de um coração que já amou demais e hoje, ah, hoje ele luta para conseguir sobreviver com o que restou. Tentando não perder mais partes fundamentais de si mesmo.
Depois de mergulhar em mim, percebi que todos os meus amores platônicos vieram da minha falta de segurança. Eu nunca tive coragem suficiente para deixar que gostassem de mim. Eu sempre dei motivos para que fossem embora. Eu sempre procurei a desculpa esfarrapada perfeita, para, como é que eu posso dizer... Fugir.
Engraçado. Mesmo fujona, eu sempre quis que alguém fosse capaz de aparecer e mudar tudo, sabe? Alguém que mesmo percebendo que eu estava morrendo de medo e dando todas as desculpas para não gostar de volta, quisesse ficar. Alguém que não desistiria de mim, não importava quantas vezes eu mesmo fosse desistir.

Hoje não seria piada. Eu realmente queria um abraço, mas não qualquer um. O seu. A verdade é que depois de tanto fugir, os meus pés cansados resolveram deixar de ouvir meus pensamentos. Agora eles é que disseram que não dariam mais nem um passo.
A gente sabe, os amigos insistem em dizer que a vida é pra quem tem coragem. Meus discursos são repletos disso. Mas, eu garanto que fazer o que eu digo, é infinitamente mais fácil e seguro, do que fazer as loucuras que eu faço. Eu sei que só é feliz, quem não tem medo de ser triste. Mas meu coração resvala.
No fim, todo o meu ciúme sempre foi uma forma de defesa. Eu sempre senti que seria trocado a cada nascer do sol. E ao enoitecer, eu estaria ali, de novo, sozinha. Chorando. Sem colo.
Me disseram uma vez que eu mereço ser feliz. Me disseram, que eu, mais do que ninguém, também merecia isso de estar completa, de ter uma mão para segurar. Me disseram ainda, que não importasse o futuro, ou até mesmo passado, que o presente seria de fato um. Acredite, o espelho quem disse.
Chegou a hora de me enfrentar, e, como é mesmo que dizem por ai?! Por falta de prática acho que até esqueci: ser feliz,

 Matheus Rocha

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