terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Senti a sua falta, mas nunca vou te dizer. Porque o cara que eu amo fez uma escolha ruim e por isso não perco mais tempo tentando me apaixonar por ninguém.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Lembra?

Lembra de alguns sonhos encaixotados? 
Do poder do recomeço. 
Da força que pensamos não existir até que a coisa aperta e a gente se toca que tem que continuar vivendo, custe o que custar. 
Do banho de cachoeira naquela cidadezinha do interior do interior onde só existem passarinhos e mato. 
Das noites de verão chuvosas que você ficava ouvindo  chuva.
Do gosto daquela fruta esquisita que só tinha na casa da sua avó. 
Das balas que você ia comprar naquele armazém e que tinham gosto da infância. 
Do jogo de bete na rua da sua casa e que de noite ficava muito escura. 
Daquele menino que você gostou e que era o grande amor da sua vida. 
Dos mil amores da sua adolescência, pois toda a semana havia um novo amor. E um novo choro. 
Daquele dia lindo em que ele apareceu e disse que você era a única pessoa que importava no mundo. Daquele dia horrível em que ele disse que você era a única pessoa que não importava no mundo. 
Daquele estranho que foi a pessoa mais atraente que você conheceu, mas vocês se olharam uma vez e ele desapareceu no horizonte. 
Daquele filme que você nunca mais esqueceu. 
Daquela cena que você não consegue tirar da cabeça. 
De um sorriso que você nunca verá igual. 
Do perfume que você não esquece. 
Da sensação de estar de mãos dadas com aquele alguém. 
E de sentir a areia fofa e quente no meio dos dedos dos pés. 
Daquela rua estreita que você andava de bicicleta ao entardecer. 
Do seu primeiro tombo. Da dor do joelho ralado. 
Da primeira vez que você sentiu seu coração parar, aquela sensação mágica e indescritível de gostar de alguém. 
Da segunda vez que você sentiu seu coração parar, aquela sensação dolorosa e indescritível de sofrer por alguém. 
Dos lenços de papel espalhados pelo chão do quarto. 
Do seu coração espalhado pelo chão da casa. 
Do copo cheio de lágrimas. 
Da alma cheia de cores e alegrias. 
Do frio na barriga. 
Do corpo trêmulo.
Do gosto do amor. 
Da pessoa que fez seu universo se arrastar ou correr demais. 
Daquela dança no meio da sala vazia.
Do conforto do colo da sua avó. 
Da torta de limão que sua tia-avó fazia. 
Do cheiro das folhas das árvores da sua cidade. 
Dos seus traumas. 
Dos seus medos. 
Dos seus planos. 
De quem você foi. 
De quem você queria ser. 
De quem você é. 
Daqueles instantes em que você ficou olhando para um ponto fixo sem pensar em nada, e pensando em tudo. 
Lembra?

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Pequenas certezas

Eu não duvido do poder da música. Em um dia preto e branco ela me colore. Em um momento de tristeza ela traz de volta um meio sorriso. Em uma situação delicada ela me socorre.

Eu não duvido do poder do abraço. Ele transforma corações. Aproxima uma alma da outra. É a ponte para o reencontro. Traz de volta a paz. Remove qualquer impureza do espírito.

Eu não duvido do poder da chuva. Ela manda embora toda a desgraça, desamor e sujeira. Deixa tudo mais puro e renovado.

Eu não duvido do poder de um sorriso. Ele quebra qualquer gelo, desmonta uma cara feia, desarma quem trouxe munição no peito.

Eu não duvido do poder do olho no olho. Ele traz a confiança, a vontade de acreditar, a certeza de que ainda existe salvação.

Eu não duvido do poder do sol. Ele traz a saúde, devolve a beleza e de quebra ainda esquenta quem já congelou por dentro há tempos.

Eu não duvido do poder do perdão. Ele faz as cicatrizes ficarem mais suaves, devolve o viço da pele, ilumina o dia e o passado.

Eu não duvido do poder do amor. Ele traz o apoio, oferece o suporte, segura forte a mão, ajuda a segurar qualquer fardo, por mais pesado que possa parecer.

Eu não duvido do poder da fé. Ela ampara, acalenta, acolhe, aconchega, nos pega no colo e cantarola uma linda canção de ninar.


Eu não duvido do poder da vida. Ela ensina, reconstrói, resgata, ajuda, reencontra. E cura.

O que não quero mais

Não quero mais saber de você, que ri da desgraça do outro. Que faz o possível e o impossível para atingir seu objetivo, sem se preocupar em manter a dignidade, o caráter, a honestidade e o respeito. Que humilha quem tem menos que você. Que fala coisas do tipo é-por-isso-que-vai-ser-sempre-caixa-de-supermercado. Que pergunta com arrogância sabe-com-quem-você-está-falando? Que passa por cima de qualquer um só para ganhar um prêmio, um upgrade na carreira ou um elogio do chefe. Que esquece que o mundo é bem redondinho, nunca para de rodar e que hoje você pode estar no topo, mas amanhã talvez esteja no chão.
Não quero mais saber de você, que não tem educação. Que acelera o carro antes do sinal abrir. Que não é capaz de segurar a porta do elevador para o vizinho entrar. Que não tem paciência em escutar uma pessoa mais velha contar a mesma história mais de uma vez. Que faz questão de passar rápido pela poça d'água só para molhar quem está esperando um táxi. Que não cede o lugar no ônibus para uma mulher grávida ou idosa. Que pensa que as palavras "obrigada", "por favor", "com licença" e "bom dia" são demodê. Que acha que garçons, garis, vendedores e atendentes não merecem respeito. Que não sabe o que é uma gentileza.
Não quero mais saber de você, que se acha o centro do mundo. Que acha que tudo é recalque, inveja ou despeito. Que pensa que tem um poder fora do comum. Que não percebe que é apenas mais um e que nós todos somos iguais.
Não quero mais saber de você, que não valoriza um sentimento. Que acha que as pessoas são descartáveis. Que brinca com um coração e depois joga no saco de lixo como se fosse um brinquedo velho e quebrado. Que não entende que as relações precisam de paciência, doação e sinceridade.
Não quero mais saber de você, que não cuida do mundo. Que deixa a torneira aberta enquanto escova os dentes. Que toma um banho de 458 horas. Que joga papel do chiclete pela janela do carro. Que não junta o cocô que o cachorro fez na calçada. Que não apaga a luz quando sai do quarto. Que não separa o lixo. Que deixa a comida estragar na geladeira.
Não quero mais saber de você, que não pensa no outro. Que fica rindo alto no cinema. Que dá festas no apartamento com som alto depois da meia-noite. Que passa reto pela criança com fome. Que nunca olhou para o lado pra ver o que está acontecendo. Que não sorri para quem passa pelo seu caminho. Que não percebe que uma simples palavra muda o dia de alguém.
Não quero mais saber de você, que só pensa em vingança. Que esquece que todo mundo já errou um dia. Que ainda não entendeu que as pessoas nunca serão perfeitas. Que não sabe que o perdão é uma das coisas mais bonitas do mundo inteiro.
Não quero mais saber de você, que não quer evoluir. Que não se importa em aprender algo novo todo dia. Que não faz questão de reparar os erros. Que não se esforça em melhorar, estudar, crescer, ser melhor.
Não quero mais saber de você, que não consegue apreciar um pôr-do-sol. Que endureceu com os tropeços da vida. Que não sabe rir de si mesmo. Que não consegue dar um abraço sossegado, um olhar compreensivo, uma palavra de afeto. Que não tem a leveza necessária para enxergar as belezas diárias da vida.
Não quero mais saber de você, que não sabe amar.






sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Quando o livro te lê


Já se sentiu sendo lido por um livro? 
Em algum momento quando estava lendo já sentiu que aquele livro conversava com você? Parecia que te entendia melhor que qualquer outra pessoa, que sabia dos seus sentimentos mais íntimos que muitas vezes teve medo de expressar em voz alta.
Aquela cena, aquela frase, aquela palavra, que parecia resumir tudo o que você sentia, o que você passou. A identificação é instantânea e logo criamos com ele uma relação intima de amor e confiabilidade. Não é mais apenas um livro, é algo que te entende, que te ajudou, te leu, te refletiu, e emprestou suas paginas como ombros para você chorar, se emocionar e confessar silenciosamente segredos que só você sabe e ele sabe agora. São cúmplices.
Então você imagina, sonha, voa em palavras como em tapetes mágicos, e nem precisa fechar os olhos.... 
Personagens se tornam pessoas reais, você vê tudo de perto, os cria, seus rostos, personalidades, tem vontade de entrar, fazer a mocinha parar de brigar com o seu amor, tem vontade de encorajá-los a dizer o que pensam e se beijarem logo. Gritar a plenos pulmões para outro que ele está sendo enganado e que na verdade aquele que ele acha que é seu amigo é na verdade o assassino.
Quantas vezes não chorou quando mataram seus personagens preferidos? Quando as coisas não aconteceram do jeito que você queria? Que brigou com o autor e dizendo “não acredito que você fez isso”? Ou que pensou “quero um amor como esse para mim”, “ter uma amiga como essa personagem seria perfeito”. Você diz que está lendo o livro, você faz esse ato de ler, mas é ele quem está te lendo, que está te despertando todos esses sentimentos e o fazendo desejar a ponto de seus aspectos se tornarem reais em sua vida.
Isso é ler, aprender, é viver.
Nós leitores,( porque me identifico muito com tudo isso ) somos as pessoas mais felizes do mundo! Vivemos mil vidas, conhecemos muitas pessoas, e até mesmo anjos, fadas e dragões! Estudamos em Hogwarts, fomos para o acampamento meio sangue, vimos alguém se apaixonar por um vampiro. Sim, um vampiro! Presenciamos a coragem em jogos que literalmente você entrava para morrer e o inicio de uma rebelião. Caçamos demônios presenciamos anjos caídos serem verdadeiros guarda-costas. Choramos quando o último filme acabou no cinema e as luzes se acenderam, quando a última página foi virada.
Fala sério, e ainda tem gente que diz que ler é perda de tempo, a esses, nossos suspiros de lamentação.
Ler é viver uma vida completa, e conseguir passar isso as pessoas é saber dar o devido valor a leitura.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Medos

Quando eu penso que tudo está devidamente encaixotado e muito bem guardado tenho uma surpresa. Não, aquelas coisas todas que tentei organizar, esconder e colocar embaixo do tapete ressurgem. Mais firmes, mais fortes, tentando mostrar que não irão embora assim tão rápido. Bom mesmo seria se os nossos problemas e medos escuros fossem embora ao primeiro pedido. Medo, por favor, me deixa. Medo, por gentileza, sai à francesa. Medo, por obséquio, está na sua hora. Vem que te ajudo a arrumar as malas. Mas ele não arreda o pé. Insiste em ficar. E uma hora as forças te abandonam, uma hora elas chegam ao seu ouvido e dizem "não dá mais". E você se vê meio perdido, exausto de tanta luta, tentando encontrar um lugar onde consiga respirar aliviado. Mas o alívio não chega, a paz não chega, a tranquilidade não chega. E você pensa em desistir de tudo, já que está fraco, sem esperança, sem vontade de seguir adiante nessa batalha que é dura, dolorida e pesada demais. Só que alguma coisa dentro de você grita alto. Essa coisa é a tal força. Ela diz que você não pode se entregar, que é necessário segurar as pontas, aguentar mais um pouco e que sempre há uma alternativa. E te alerta: por que ao invés de obrigar o medo a ir embora você não o acolhe? Por que não pega o medo no colo, faz carinho, dá beijos e abraços? Por que ao invés de lutar contra ele você não o convida para um cafezinho com biscoitos de sequilho? E você repensa tudo, resolve dar uma chance para o medo. Resolve se dar uma nova chance.