quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Sono atrasado


Outro dia, um cachorro de aparência cansada vagueava pelo meu quintal.
Pelo tipo de coleira podia- se dizer que era bem tratado, bem alimentado e tinha casa e dono. Calmamente ele se aproximou de mim, dei-lhe um afago na cabeça e então ele me seguiu pra dentro de casa. Caminhou
lentamente pelo corredor, se enrolou num canto da sala e adormeceu.
Uma hora depois, ele se levantou e foi até a porta como se quizesse sair. Eu o deixei ir.
No dia seguinte ele voltou, me cumprimentou no meu quintal abanando a cauda, caminhou pra dentro de casa, retomou seu lugar no canto da sala e novamente dormiu por cerca de uma hora. Isto aconteceu durante várias semanas.
De curiosidade escrevi um bilhete e prendi em sua coleira: "Gostaria de saber quem é o dono deste cachorrinho maravilhoso e de perguntar se você está sabendo que quase todas as tardes seu cachorro vem aqui em casa para uma sonequinha?
No dia seguinte o cachorrinho chegou para o seu cochilo habitual com um bilhete diferente preso à sua coleira: "Ele vive numa casa com seis crianças, duas delas menores de 3 anos. Ele está tentando recuperar o sono atrasado. Posso ir com ele amanhã?"

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