segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Eu quero...

Eu quero um amor pulsante, para beijar de olhos abertos, para tratar da frieira, para ir ao supermercado, para resolver problema, para brigar por mais espaço na rede, para reclamar que desmarcou a página do livro, para passear na feira e ir ao teatro. Eu quero mesmo é uma amor bem vivo, daqueles férteis, tarados, famintos mas quietinhos, um amor de mãos dadas, de subentendidos e gargalhadas, café bem forte, beijo no pescoço, almoço de domingo, família peculiar. Eu quero um amor de se entregar que não me deixe esperando, não me pegue chorando de tristeza, que não me faça sofrer. Eu quero um amor sem aspereza, pra viver os dias todos: os muito quentes com gelo e limão, os muitos frios de pijama, chocolate e roupão. Eu quero um amor que faça da gente uma casa um para o outro, que nos torne reciprocamente refúgios contra todo o resto do mundo, um amor pra se abrir, se prescrutar, se invadir e não panicar. Eu quero um amor de surpresas boas, de confiança, de sofreguidão e de calmaria, um amor pra luz do dia e o mesmo amor para as noites vadias, um amor para enfrentar tudo e todos sempre juntos, com a certeza de que ainda que não sobrasse nada, sobraríamos nós, um pra ser o amor do outro.

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