Não vou me importar com as coisas ruins. Vou rasgar todas as cartas, apagar todas as memórias e, re-começar. Vou partir para um ano todo em branco. Vou começar a contagem, de fato, do zero. Não vou nem me importar com o fuso horário, com o horário de verão. Quando o meu relógio marcar zero, minha vida vai recomeçar. Mesmo que no Japão ainda não seja, e o sudeste tenha uma hora na frente.
Sempre me julguei inteligente demais pra saber onde estava pisando. A verdade é que a gente curte se enganar. Vemos tudo, mas, sei lá, é tão mais confortável tapar os olhos, ou fazer vista grossa, do que encarar a realidade...
Nossa vida precisa mudar. Isso é inegável. Alguma coisa precisa se mexer, alguma coisa precisa se mover, alguém, que seja de preferência eu, precisa arrumar toda essa bagunça e começar, de fato, a buscar caminhos diferentes pra ser feliz. Já esperei demais pela vida, e ela, olha, ela nunca foi tão complacente comigo. Bateu, mas assoprou. Me fez rir, mas deixou cicatrizes.
Não dá pra ter tudo. Aprendi isso. Uma felicidade também não compensa outra, mas é melhor ser meio alegre, do que todo triste. Na verdade, é melhor ser só alegre. Tristeza não tem mais espaço para os meus dias. É melhor sacudir a cabeça, lavar o rosto e os cabelos, antes de dormir, acordar gripado, mas acordar sem pesos dos dias que se encerram. Já gastei todas as minhas lágrimas nesse ano, para chegar bem no próximo.
Entendi que ninguém pode tentar te fazer feliz, se você não estiver disposto. Tristeza e droga, no fim, são a mesma coisa. Causam dependência e só Deus e força de vontade te salva. Se o doente não se ajudar, tratamento nenhum surte efeito. Não quero sujar minha carteira de trabalho com profissão de sofredor.
Reza a lenda que a gente nasceu pra ser feliz, não é mesmo? Desculpa ano velho, ano que vem, vou ser!"
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