segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Todos os dias

Todos os dias acordo com a mesma vontade de mudar e seguir por um caminho diferente, fora do comum. Todos os dias acordo angustiado pelas respostas que deveria ter dado, pelas promessas que ainda não cumpri, e pela noite de sono mal dormida que me causei ou deixei causar.
Todos os dias prometo que vou dormir mais cedo, beber mais água, me alimentar na hora certa, pensar menos antes de agir, ponderar mais antes de gritar. 
Todos os dias espero a próxima segunda-feira para colocar em prática os meus planos mirabolantes de dominar o mundo ou simplesmente começar pelo meu.
Todos os dias invento uma desculpa nova para não me deixar desistir. 
Todos os dias requento um sonho qualquer ou uma palavra bonita para não para não me deixar esmorecer. Entristecer. Empobrecer. Abater.

sábado, 16 de novembro de 2013

Eu sei...

Eu sei, seus pensamentos são mais altos que os meus, o Teu caminho é melhor do que o meu...
Tua visão vai além do que eu vejo, o Senhor sabe exatamente o que é melhor pra mim.
E mesmo que eu não entenda o seu caminho, eu confio!
Porque eu sei que vai cuidar de mim e o Seu melhor está por vir.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

A hora de seguir em frente.

(Em outras palavras: na hora do aperto a gente apela para ombro dos amigos, livros bestas e músicas cafonas.)

Por algum motivo as coisas não deram certo. Sua vida seguiu por um caminho e a dele dobrou duas quadras mais para a frente. Você fica se perguntando o que aconteceu, o que deu errado, por que vai ter que enfiar todos os planos dentro da bolsa, fechar e ficar um tempão sem abrir novamente.
A gente passa por diversas fases. Sentimos raiva, sentimos dor, sentimos revolta, sentimos desprezo, sentimos saudade, sentimos amor, sentimos medo de nunca mais esquecer, sentimos medo de gostar de novo, sentimos vergonha e receio em repetir os mesmos erros bobos.

Demorei muito para acreditar na mais louca e cruel verdade: quem gosta de você vai te tratar bem. Quem gosta de você se importa, quer o melhor, te procura, te liga, te dá satisfação. Quem gosta quer estar junto. Quem gosta demonstra. Quem gosta faz planos. Quem gosta apresenta para a família e amigos. Quem gosta manda uma mensagem bobinha só pra dizer que ama. Quem gosta carrega uma foto sua dentro da carteira pra ver quando dá saudade. Quem gosta abraça na hora de dormir. Quem gosta dá um beijo de boa noite e de bom dia. Quem gosta aguenta suas reclamações, sua cólica infernal, suas manhas e manias.
Me desculpa, mas não existe medo que seja maior que um sentimento. Não existe timidez que seja mais forte que uma declaração de amor. Não existe distância que deixe uma relação morrer se as duas pessoas querem ficar coladinhas. Não existe estou-dividido-entre-ela-e-você. Quem gosta pode se perder, mas sempre vai saber pra onde quer voltar.
A gente demora pra aceitar, arruma 873092384928 desculpas para a falta de jeito do outro. Ah, ele é confuso. Ah, ele está tenso. Ah, ele tem medo. Ah, ele é maluco. Ah, ele isso. Ah, ele aquilo. Desculpa, mas quem quer estar junto pensa ah, que saudade. Ah, que falta ela me faz. Quem gosta, gosta. Sem complicações. Sem armações e armaduras.
Infelizmente, antes de seguir em frente tentamos interpretar as ações e atitudes da pessoa indecisa. Ele respondeu assim por tal motivo. Ele falou isso querendo dizer tal coisa. Ele isso, mas tenho certeza que ele aquilo. Quem gosta dá certeza do que sente. Quem gosta te olha com sinceridade. Quem gosta não faz joguinho nem te deixa pela metade. Quem gosta quer te deixar segura.
Por bem ou por mal, precisamos abandonar um sentimento que não traz nada de bom. Simples assim. Basta você se perguntar: é essa a vida que quero para mim? Eu mereço ser feliz? Eu mereço alguém que me ame? Eu mereço alguém que se importe? Eu mereço quem tenha certeza que me quer? Eu mereço ser amada?
O momento em que você percebe que o outro não te quer é mágico. A gente acorda, se sente nova, se sente livre. É claro que não se afoga um sentimento do dia para a noite. Mas a gente tenta preencher aqueles espaços com coisas novas: músicas diferentes, bons livros, trabalho, amigos, decoração da casa, um animal de estimação. Tudo serve para animar, renovar, encher a casa, a vida e preencher o tempo, costurar e remendar nossas feridas. É claro que vai doer, é claro que você vai sentir, é claro que o sentimento ainda vai latejar por um tempo. Mas a gente supera a partir do momento em que decide o que merece.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Sempre achei triste a história de procurar a tampa da panela. Porque se só existe uma tampa pra cada panela do mundo então, que saco. 
As chances de uma metade encontrar a outra em alguma esquina desse mundão seriam desmotivadoras. A brincadeira seria daquelas que, de tão difícil, nem dá vontade de brincar.
Prefiro então dizer que somos como queijo e goiabada. Diferente da panela que perde sua funcionalidade sem a tampa, essa mistura gastronômica somente potencializa o lado bom dos ingredientes. O queijo, sem o doce, ainda continua incrível. O doce, sem o queijo, ainda é sensacional. Mas a junção dos dois cria um sabor absolutamente novo, que surge cada vez em que você morde um tequinho de cada. A junção não faz deles menos importantes, mas exalta o que cada um tem de bom. Se separados eles caem bem, juntos dá vontade de lamber os dedos.
Então, digo sem peso que encontrei minha goiabada. Não que outros doces não serviriam – o gosto é bom com doce de abóbora, de figo, de carambola. Mas, pra mim, é especialmente bom com a goiabada. E pra isso, eu não preciso deixar de ser salgada e nem você de ser doce. Nossos sabores se completam.
Porque a vida é incrível de qualquer jeito, mas se torna incrivelmente melhor quando temos companhia. Quando se acha alguém com quem dividir bons momentos. Mostrar foto é legal, mas ter alguém do lado presenciando aquele momento único com você é impagável. E, por isso, não tenho pretensões que você não queira se juntar a outros ingredientes durante a vida. Se o sabor deixar de ser bom, outras misturas precisam ser feitas. Não, não quero juras de uma combinação eterna. Amor, quando não cuida, é perecível. Mas enquanto o gosto descer incomparável pela garganta, te quero comigo.
Vem, que juntos somos melhores. Que com você a palavra parceria faz sentido. Que com você o brilho nos olhos é mais forte. O sorriso sai mais fácil. A boca beija pedindo bis. O cafuné brota dos dedos. A pele agradece o toque. O coração não pega friagem. As borboletas procriam no estômago. Vem assim, leve e lindo, que com você o caminho brilha mais.
Ignoremos o prazo de validade estipulado pelos pessimistas. O amor não azeda se a gente não descuida.

Abraços

Quem na verdade sabe o que é um abraço? 
Ah, como eu queria um abraço, mas não qualquer abraço. 
Aquele abraço, forte, apertado, meio que desconjuntado, demorado, e que dele, eu saia como uma folha de papel, amassada, cheia de dobras, enrugada, e que nunca volte a ser o que fui. 
Quero ser deformada, transformada, algo irreparável, e que em cada abraço tal diagnóstico se agrave. 
Será que é realmente isso? Se for, o quero em grandes porções, e que sejam tantos, ao ponto de me afogar nesses tantos braços. Na verdade, que sejam apenas dois, acho que já basta.
Acredito que todos precisam provar desse "arrocho", um daqueles que te deixe realmente roxo, literalmente, ou roxo de amor, DE AMOR, felicidade, alegria, consolo, ou qualquer razão que te complete, que preencha qualquer vazio.
Será que é bom mesmo se sentir valioso pra alguém?
Quero mais dois braços, mais dois olhos, mais uma boca, conjuntados, dotados de um coração grande e que entenda o meu.
Bom seria um relógio, e que este não tenha ponteiros, para poder ver com você, Sr.. ainda anônimo, em uma noite estrelada, a noite estrelada mais bonita que esteja por vir.
Quero também uma capa, daquelas de invisibilidade, pra escapar dos olhares, julgamentos e quem sabe, da morte, pra poder te abraçar, quem sabe até o fim, seja o fim quando for.
Dono desse abraço, quando é que eu vou te achar?