quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Outro tipo de mulher nua.

Depois da invenção do photoshop, até a mais insignificante das criaturas vira uma deusa, basta uns retoquezinhos, aqui e ali. Nunca vi tanta mulher nua.
Os sites da internet renovam semanalmente seu estoque de gatas vertiginosas.
O que não falta é candidata para tirar a roupa. Dá uma grana boa.
E o namorado apóia, o pai fica orgulhoso, a mãe acha um acontecimento, as amigas invejam, então pudor pra quê?
Não sei se os homens estão radiantes com esta multiplicação de peitos e bundas. Infelizes não devem estar, mas duvido que algo que se tornou tão banal ainda enfeitice os que têm mais de 14 anos.
Talvez a verdadeira excitação esteja, hoje, em ver uma mulher se despir de verdade... Emocionalmente.
Nudez pode ter um significado diferente e muito mais intenso.
É assistir a uma mulher desabotoar suas fantasias, suas dores, sua história.
É erótico uma mulher que sorri, que chora, que vacila, que fica linda sendo sincera, que fica uma delícia sendo divertida, que deixa qualquer um maluco sendo inteligente.
Uma mulher que diz o que pensa, o que sente e o que pretende, sem meias-verdades, sem esconder seus pequenos defeitos.
Aliás, deveríamos nos orgulhar de nossas falhas, é o que nos torna humanas, e não bonecas de porcelana.
Arrebatador é assistir ao desnudamento de uma mulher em que sempre se poderá confiar, mesmo que vire ex, mesmo que saiba demais.
Pouco tempo atrás, posar nua ainda era uma excentricidade das artistas. Mas agora não há mais charme nem suspense, estamos na era das mulheres coisificadas, que posam nuas porque consideram um degrau na carreira. Até é. Na maioria das vezes, rumo à decadência. Escadas servem para descer também.
Não é fácil tirar a roupa e ficar pendurada numa banca de jornal, mas, difícil por difícil, também é complicado abrir mão de pudores verbais, expor nossos segredos e insanidades, revelar nosso interior.
Mas é o que devemos continuar fazendo.
Despir nossa alma e mostrar pra valer quem somos, o que trazemos por dentro. 
Não conheço strip-tease mais sedutor.

A arrogância das pessoas

O telefone toca, e depois que digo "alô", escuto um "Oooooi querida".
Pronto.
Já imagino que coisa boa não é.
A pessoa em questão se intitula como uma ex patroa de minha mãe e está a procura de uma faxineira... (sim minha mãe já trabalhou como empregada doméstica e não me envergonho disso).
Explico a ela que no momento minha mãe não está em casa, e que acho que não vai dar para ela fazer o trabalho sendo que tenho um irmão caçula que precisa constantemente de supervisão se não coloca fogo na casa (a criança adora fazer bagunça quando está brincando).
A senhora me explica que, nesse caso o emprego não é para minha mãe, e sim para mim. Segundo fofoqueiros de plantão  as fontes dela eu estaria procurando um emprego.
Explico mais uma vez que não será possível, pois tenho alguns compromissos com as pesquisas que faço e com meus estudos. Ela no ponto mais alto da sua arrogância me fala: " - E como você vai pagar seus estudos queridinha?? Pelo que sei seus pais não são ricos."
Retenho o impulso de mandá-la pra pqp plantar batatas e dizer que minha vida financeira não é da conta dela, e digo que estou MUITO ocupada e não tenho interesse para trabalhar para ela.
Isso é bem típico de cidade pequena, esse tipo de arrogância que os seres aqui têm.
Em primeiro lugar eu não acho que um trabalho de faxineira desmereça a vida de ninguém! Ao contrário acho um trabalho digno, que geralmente as mulheres que não tem tempo ou vontade pagam para outra fazer.
A questão é: eu não sirvo pra isso, pelo simples fato que sou lerda demais para limpar uma casa. Faço as coisas no meu tempo, e geralmente demoro para limpar de acordo, ou seja se fosse faxineira provavelmente teria problemas.
O que achei um absurdo foi ela perguntar como eu pagaria meus estudos. O que ela tem a ver com minha vida? A não ser que ela seja um parente que queira me deixar uma herança, minhas finanças só dizem respeito a mim.
Ia explicar a ela que como a instituição que estudo é Federal eu não tenho custos com a mensalidade, mas achei desnecessário dar satisfação da minha vida para alguém que nem conheço e não gosto.
Mesma coisa que me perguntar: "Gente de quem você é?" ou "Quem é seu pai?"
Não tenho vergonha nenhuma da minha família e nem das minhas raízes. Adoro sair com meus pais, eu os amo mais do que tudo nesse mundo (abaixo de Deus), só que esse tipo de pergunta é para eles saberem se você tem o sobrenome dos figurões que tem dinheiro na cidade.
Outra coisa é esse bando achar que estudante não faz nada. Principalmente aqueles que desenvolvem um tipo de pesquisa.
Pensamento mais arcaico. Tenho pena de quem faz doutorado e tem que ouvir o "mas você só estuda?".

Mas enfim...
Certas coisas você tem que ouvir e ficar quieta....

Mas não tem problema, quando for presidente da Petrobrás faço questão de ligar pra ela e perguntar se ela não quer fazer um "bico" de cozinheira na casa de minha mãe.

;)

domingo, 26 de agosto de 2012

Tudo é provisório...

Faço menos planos e cultivo menos recordações. Não guardo muitos papéis, nem adianto muito o serviço. Movimento-me num espaço cujo tamanho me serve, alcanço seus limites com as mãos, é nele que me instalo e vivo com a integridade possível. 
Canso menos, me divirto mais, e não perco a fé por constatar o óbvio: tudo é provisório, inclusive nós.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Sou péssima

Já ouvi várias vezes: "ah-como-você-lida-bem-com-as-coisas."
Não, não lido.
Sou péssima em lidar “com as coisas”. Sou ciumenta com coisas bobas, impulsiva pelo menos uma vez por dia, leio bula de remédio e depois acho que tenho aquele bando de sintomas, meu dedão do pé não é bonito, quero tudo do meu jeito e minha cabeça é muito, muito dura.
Amo muito, tudo é muito, tudo é exagero, tudo é demais.